AGROVILA-18.
UM POUCO DA HISTÓRIA
As Agrovilas
Em 1973, a região do Médio São Francisco foi decretada prioritária para desapropriação pelo governo federal, em vista da construção da represa de Sobradinho e da necessidade de reassentar os moradores desalojados pela obra.
A partir de março de 1976, o povoamento do região foi intensificado pelo assentamento das populações desalojadas. O projeto de assentamento, intitulado Projeto Especial de Colonização de Serra do Ramalho, foi idealizado pelos engenheiros civis e agrônomos da empresa paulista Hidroservice. A maioria das mil famílias que foram instaladas em Serra do Ramalho era dos povoados de Pau-a-Pique, Bem-Bom, Intãs e Barra da Cruz, todos situados no município de Casa Nova. As famílias eram compostas de camponeses beraderos, ou seja, indivíduos que tiravam do rio, diretamente ou indiretamente, o seu sustento. Estas famílias foram assentadas em um casebre e um lote de vinte hectares em um sistema de agrovilas. O sistema de agrovila separava os lotes a serem cultivados do local de moradia, ambos distantes do Rio São Francisco. Segundo o projeto original, as agrovilas concentrariam as casas dos colonos (aproximadamente 250 por agrovila), os serviços públicos, comunitários e religiosos, e o comércio. A Agrovila Nove abrigaria a administração do projeto e a cooperativa. Entretanto, somente a Agrovila Nove disponibilizaria os serviços previstos.
Deslocados em relação ao seu ambiente de vida anterior, muitos colonos não se adaptaram ao sistema das agrovilas e emigraram. Isto fez com que o INCRA assentasse nas agrovilas ociosas famílias de sem-terras originárias de diferentes pontos da Bahia, do Nordeste e do Centro-Sul do país. Novas agrovilas foram criadas para atender a esta demanda e o projeto original foi descaracterizado. Aos poucos, os pequenos lotes foram se agrupando em lotes maiores. Hoje predomina a agricultura de sequeiro com grande ociosidade das terras. Organizado em 23 agrovilas, com lotes para moradias e parcelas rurais, destinou-se, inicialmente, a reassentar a população expropriada pela construção da Usina Hidroelétrica de Sobradinho. Contudo, acabou por ser oferecido a quem se interessasse e se submetesse a adaptar-se ao “enquadramento” do espaço e da situação.